Habitantes!

31 de março de 2009

Meu pai

Meu pai, no auge dos seus 75 anos, tem algumas frases próprias. Elas são ditas despretensiosamente durante nossas conversas. Hoje vou citar uma delas e contar o quanto me libertei de vários grilos desnecessários depois de escutá-la.

“Ninguém sabe o que o mudo quer”.

Por muitas vezes, exigi das pessoas coisas que elas nem sabiam que eu queria. Eu presumia que minha vontade era explícita e que todos deveriam me atender. Só que isso não acontece. Se você quer uma coisa, peça. Temos que falar das nossas vontades. O que está subentendido não está claro.

Exemplo: Alguém da sua casa vai ao supermercado. Você gosta de chocolate. Por você gostar de chocolate, você supõe que essa pessoa comprará o bendito para te agradar. A pessoa pode até comprar, mas obrigação ela não tem. Diferente seria se você pedisse a ela: Você pode comprar o chocolate para mim? Mas aí você não fala, a pessoa (que não é adivinha) não traz e você fica remoendo o assunto. Porque ela não trouxe? O que eu fiz a ela? Ela não gosta de mim o suficiente!

Com isso, gastamos nossa preciosa energia, sendo que o erro é nosso e nem percebemos. Automaticamente, terceirizamos o problema e, por isso, ele acontecerá mais um milhão de vezes. Então pratique desde já. Posso ir com você? Faça esse favor para mim? Me empresta? Me ajude? Me dá um pedaço? E pare de se lamentar: “fulano não me convidou” ou “beltrano não me ofereceu” ou “cicrano sabia que gosto e não fez”. O que você quer é você quem tem que pedir. “Ninguém sabe o que o mudo quer”. Fale, verbalize, declare, discorra, confesse, reafirme. Se não foi atendido, corra atrás você mesmo.

Se o desejo é seu, você é responsável por realizá-lo. Mais ninguém. “Não faça sua felicidade depender do que não depende de você”, nos ensina o professor Hermógenes, adepto da Hatha Yoga. O que vem do outro sem nossa intervenção há de ser visto como um bônus, um presente, jamais como uma obrigação. Experimentem: é libertador!

30 de março de 2009

Network

A “vontade de ficar junto” e, portanto se relacionar, se estende aos demais tipos de relação: amizade, convívio familiar e profissional. Nelas o recíproco desejo de “fazer dar certo” também impera para que a troca prospere. Este post faz menção a outro (Desde o fim até o começo), mas aqui darei atenção maior à questão profissional.

Pense em seus amigos. Quero ressaltar a reciprocidade da questão. Ninguém é, ou deixa de ser, amigo de alguém, sozinho. Não é verdade?

Família, ah família! O convívio familiar remete muito àquela frase: “O destino decide quem vamos encontrar na vida. As atitudes decidem quem fica”. É fato: estamos destinadíssimos à nossa família. E, mais uma vez, é a recíproca “vontade de estar junto” que fará com que esses laços se estreitem. Ou não!

Na nossa vida profissional também é exigida essa reciprocidade. Mas aqui há uma ressalva a ser feita. No trabalho, nem sempre mantemos contato com as pessoas que nos são mais próximas afetivamente. O quesito afinidade não pode ser o parâmetro determinante para as relações profissionais. Profissionalmente, lidamos com vários tipos de pessoas, muitas vezes com interesses conflitantes e, ainda assim, temos que permanecer bem com todos. Aqui também há escolha, é claro, mas se indispor profissionalmente com alguém sai muito caro. Tenho um amigo que diz: “Vinte pessoas podem te admirar profissionalmente, mas basta uma para acabar com sua reputação”.

Uma palavra muito utilizada atualmente é network. Ela se refere às nossas redes de relacionamento. Somam-se aqui todas as pessoas com as quais já nos relacionamos, mantivemos contado ou que estão presentes em nossas vidas. O network é visto como um importante diferencial competitivo, servindo para questões profissionais individuais e coletivas. Um profissional, com um bom network, tem mais propensão de ser recolocado no mercado de trabalho. As empresas preferem contratar novos funcionários que sejam indicados por seus antigos. Grandes acordos comerciais são firmados graças ao network existente entre os executivos de diferentes empresas.

Em todos os diversos tipos de relação, a “vontade de ficar junto” e de “fazer dar certo” é determinante. Mantenha sempre, no mínino, a política da boa vizinhança. Exige habilidade, mas vale a pena. Você só tem a ganhar. Cuide dos seus e mantenha a porta aberta para os novos que virão. Relacionamento vale ouro!

27 de março de 2009

Do coração de um palhaço


"Se tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades, teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando. Muitas vezes falei como o palhaço, mas nunca desacreditei na seriedade da platéia que sorria".
Charles Chaplin

26 de março de 2009

Desde o fim até o começo

Falo hoje sobre as relações amorosas. Já passei por tantas e todas são únicas. Em cada uma, uma lição, um aprendizado diferente. Em cada uma delas um encontro que acontece sempre que duas pessoas buscam as mesmas coisas ou estão prontas para a mesma experiência.

Acredito que todos os relacionamentos que vivemos nos preparam para o próximo, como numa escada, onde cada pessoa é um degrau. Com cada pessoa você se aprimora. A gente para (do verbo parar) em um degrau ou segue adiante. O que nos faz parar? Unicamente a vontade de ficar junto.

Enquanto duas pessoas quiserem realmente estar juntas, elas terão um relacionamento. Isso vai além do amor, acredito. O amor dura enquanto essa vontade permanece ou vai além do fim da relação. Amor, paixão e demais sentimento são assessores do relacionamento. Já ouvi falar de pessoas que ficam juntas mesmo sem se amar. Acreditem. Isso acontece nas melhores famílias!

Concordo que o amor é o mais nobre dos sentimentos, mas ocorre de nos atermos a relacionamentos por outras razões, que muitas vezes passam longe do amar. Ou não se ama a pessoa em si, mas sim o que ela representa, ou o filho que ela pode proporcionar ou o comodismo da relação, ou várias outras coisas, ou tudo isso junto. O amor até pode surgir daí, mas a ilusão de amar também pode.

O fato é que tudo em um relacionamento vem das atitudes das pessoas envolvidas. Havendo vontade de ficar junto, de fazer dar certo, há relacionamento. Nas relações não há um só responsável por construir ou desconstruir tudo. Para isso são precisos dois no mínimo. Se pensarmos num triângulo, serão três!

25 de março de 2009

Para levantar qualquer astral!

O vídeo dessa garotinha, que dizem ser malaia, abre meu riso em qualquer dia de humor questionável. Basta eu reparar na alegria dos olhos dessa pequena notável que tudo muda para melhor. Experimentem!


Você me faz querer viver
E o que é nosso está guardado em mim e em você
E apenas isso basta".

Trecho da música Cedo ou Tarde, do NX Zero.

24 de março de 2009

Os "achismos" de cada dia

“Achou? Tá achado”! Essa expressão foi dita pela BBB Naiá em resposta a um dos comentários que recebeu sobre sua conduta enquanto ainda estava participando do reality show. Um santo remédio! Se alguém “acha” alguma coisa de você que não seja verdade, deixe achar. Muitas vezes, ou quase sempre, perdemos nosso precioso tempo tentando nos explicar e desfazer equívocos. Satisfação a algumas dignas e raras pessoas ainda vá lá. Mas querer ser unânime e deixar tudo 100% esclarecido com todo mundo – desista!

Em um dos livros que me inspiram, O outro lado da vida, a autora nos provoca a respeito desses “achismos”. Sylvia Browne diz que se alguém falar que você é uma girafa, você não vai tentar provar para essa pessoa que não é uma. Esse procedimento deve ser aplicado a nossa vida sempre que surgirem opiniões erradas a nosso respeito. Ainda caio em tentação, mas juro que estou tentando!

Tio Flávio, que foi meu professor da pós, citou a frase (de alguém cujo nome não me lembro): “Suas atitudes falam tão alto, mas tão alto, que mal consigo ouvir sua voz”. Qualquer má impressão será automaticamente desfeita com suas atitudes. Mais cedo ou mais tarde. Basta que o autor dessa má impressão esteja próximo para perceber. Agora, se não estiver, é porque ele não merecia a sua verdade ou ainda não tem capacidade para contemplá-la.

23 de março de 2009

Somos engrenagens

Cabeçalho novo! Escolhi a engrenagem para compor o cabeçalho deste blog, pois ela ilustra outra, talvez a mais importante, das minhas teorias! Vamos a ela.

Vejo cada um de nós como uma engrenagem. Cada um a seu modo, qualidades e defeitos. Todos conectados. E cada engrenagem faz girar outra, direta ou indiretamente, mais ou menos rápido, com maior ou menor intensidade. Cada engrenagem cumprindo sua função e auxiliando na função de outra, cumprindo um papel comum a todas: mover a máquina da vida.

É assim seguimos nesta vida: ligados. A impressão de independência e individualidade que temos é limitada. Estamos sujeitos a experiência do outro, ao exemplo do outro, à ajuda do outro, aos acertos do outro, enfim, vivemos uma interdependência em prol da evolução comum. Isso lhe parece irônico? Pois Victor Hugo escreveu que “é pela ironia que começa a liberdade”!

Encontrei outra versão dessa minha teoria, o que acaba consagrando meu ponto de vista. Li numa matéria, cuja fonte não recordo, onde o autor dizia que se pudéssemos nos ver lá do alto e com os olhos de Deus, veríamos uma rede tecida por fios dourados, onde cada fio representa a ligação de uma pessoa a outras.

Sabem por que não percebemos isso com clareza? Porque estamos aqui, inseridos em meio a bilhões de engrenagens ou de fios. De o nome que quiser. E aqui, no meio de tudo e de todos, nos vemos avulsos. Mas não somos. De perto parecemos pontos isolados, como pontos impressos num papel se vistos com o auxilio de uma lupa. Mas basta afastarmos o olhar para percebermos que esses pontos acabam por formar uma imagem só. Essa é a grande lição que o filme
“Latter Days” me trouxe. Assistam sem preconceito.

Por nós somos responsáveis, mas costumamos nos lixar pra o outro. Porém todas essas formas de interpretar a vida nos remete ao cuidado e ao respeito com o próximo. Devemos olhar menos para nosso próprio umbigo e fazer do outro uma extensão nossa. Girando uma engrenagem para o lado do bem, cedo eu tarde, seremos movidos por ela. Não falo aqui apenas da lei do retorno. Vou além, fazendo minhas as palavras de um provérbio chinês que diz: "o plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória”.

Terra do Absurdo (complemento)

Colo aqui um trecho de nossa honrosa, porém desconhecida e desrespeitada Constituição. Vejam que a questão da fila da Swingers, que divide os clientes pelo sexo e decide qual deles entra, vai além dos bons procedimentos de marketing.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

20 de março de 2009

Terra do Absurdo

Enquanto eu ainda buscava um tema para o meu artigo da pós-graduação, pensei em escrever sobre atendimento ao cliente. Aliás, queria escrever sobre o péssimo atendimento ao cliente. Um dos professores me desaconselhou e disse, entre outras palavras, que esse era um tema já muito abordado, onde há muita teoria, mas que, na prática, nada funciona. Constato, quase diariamente, que ele estava coberto de razão.

Há duas semanas, fiquei plantada por uma hora e meia em uma fila para entrar na Swingers, uma das casas noturnas daqui de Belo Horizonte. E acabei não entrando. Comunicado (feito aos berros pelo segurança na calçada): encerrado! A partir dali só entrava mulher e casal na medida em que outros respectivos saíssem. Eu, acompanhada de três amigos homens, não tive opção. Aliás, tive sim. Fui dançar em outro lugar. Conhecem o Manni? Excelente pedida!

Conheço a Swingers de muitos anos, antes dela reabrir. Já comemorei um aniversário lá e, até então, a casa me remetia a boas lembranças. E atenção: basta uma má experiência! Eu sempre ganhava convites para ir lá, mas nessa fatídica noite, fomos de improviso, levando um amigo que veio do Rio a passeio e quebramos a cara.

Primeiro absurdo: a prepotência dos seguranças. Segurança pode olhar no olho, pode ser gentil, pode responder a perguntas. Aliás deve, pois é ele quem está ali no tet-a-tet com o cliente, ele é o primeiro contato que temos com a empresa. Santo Deus! Mas Maquiavel já alertava sobre a influência que o poder exerce nas pessoas. Atribuir poder a pessoas que não estão prontas para exercê-lo é um atentado! Erra o segurança e erra o administrador do empreendimento.

Segundo absurdo: falta de planejamento. Será tão difícil calcular, ou pelo menos estimar, quantas pessoas, das dezenas que estão plantadas na fila, a casa comportará?

Terceiro: seleção do sexo. Baseado em que critério é permitido a entrada de mais mulheres e casais do que de homens? Socorro, né? É para continuarmos solteiras?! E, sem preconceito algum, apenas para incitar a reflexão de vocês: durante minha estadia na fila vi entrar um travesti. E aí? Ele furou a fila de homens? E tinha muito marmanjo na fila, viu?

Quarto absurdo: separação das filas. Eram três: uma para homens, outra para mulheres e casais e outra para convidados ou sei lá o que. Só sei que essa última andava que era uma beleza! Ser preterido tão descaradamente incomoda, sabiam? A fila tem que ser única, até porque no fundo somos todos clientes. Ou pelo menos éramos.

Não vou me estender além desses quatro absurdos. Passo agora à questão mais fundamental. A palavra cliente, do latim, quer dizer protegido. Independente de ter mil, é preciso cuidar bem de cada um. Somos tratados pelas empresas, como se estivéssemos prestando um favor a eles. De um ponto de vista mais empreendedor, essa relação cliente/empresa pode ser vista, no mínimo, como uma relação de troca. Agora, abuso e sacanagem não podemos admitir.

Parece que vivemos na Terra do Absurdo, tão bem retratada pela
propaganda da Oi. Cliente é gente, gente!. Veja do que não gosta e aplique isso às outras pessoas. Não sabe lidar com gente? Então procure outra ocupação. Temos que reavaliar essas questões para que parem de nos tratar assim. Temos que prestigiar o bom e repudiar o ruim para dar a eles o respaldo de suas atitudes. O final de semana chegou e vá onde você é querido, onde fazem questão da sua presença!

19 de março de 2009

O homem neoliberal

Tomei conhecimento do texto a seguir no orkut de um novo amigo. Ele é parte de um artigo escrito por Luciano Trigo, escritor, jornalista e editor de livros, que foi publicado no O Globo, em suas versões digital e impressa. Preparem seus corações! Sob o título "Uma biografia não-autorizada do neoliberalismo", o colunista sintetiza uma das mais apropriadas definições do caráter de muitos brasileiros:

“(...)Mas, de todas as mudanças provocadas pelo ciclo neoliberal que ora dá sinais de exaustão, a mais profunda, aquela que causou estragos maiores, foi a que aconteceu no interior de cada indivíduo, a corrupção da alma do homem sob o neoliberalismo. Também deve ser difícil acreditar, mas a ganância, o egoísmo, a cobiça e a vontade de se dar bem a curto prazo e a qualquer preço, passando por cima dos outros e de qualquer freio ético, eram até mal vistos. Mentir e trapacear para subir na vida eram sinais de deficiência de caráter. Idéias e ações eram medidas por outro metro, não pelo puro resultado monetário que proporcionavam. Em suma, o mau-caratismo, hoje transformado em virtude, era moralmente condenado.

Ao homem neoliberal nada disso importa, pois ele sabe que o mundo contemporâneo flexibiliza todos os valores. Só não perdoa o fracasso. Sua ética neodarwiniana é a da competição desregrada: o ganhador leva tudo, ignorando-se custos sociais e limites morais: os meios, o aqui e o agora, justificam os fins, as conseqüências sombrias que nos aguardam no futuro, em custos sociais e destruição do ambiente. O certo e o errado são medidos pelo desempenho, deixaram de ser valores abstratos. O melhor caminho é sempre seguir a direção do vento.

A felicidade, aliás, virou uma obrigação individual — medida, naturalmente, em índices de consumo. Nossa felicidade deve passar por cima das mazelas sociais, dos sofrimentos alheios, da mesma forma que o imperativo do lucro fácil despreza prejuízos causados a terceiros, incluindo as gerações futuras. Elas que se virem. Neste novo modelo — sutilmente coercitivo — de comportamento, os bem-sucedidos têm direito à insensibilidade e à irresponsabilidade, e quem não consegue ser feliz é simplesmente um incompetente. Os excluídos deixaram de ser vítimas inocentes, aliás: são agora culpados de sua própria miséria. Eles, os não-consumidores, nem entram mais na pauta de discussões de quem manda de verdade no planeta”.

18 de março de 2009

E agora, Clodovil?


É. Tem gente que veio aqui para fazer diferença mesmo. A Bíblia ensina: “Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito”. Clodovil foi mais do que quente, foi explosivo. Foi um exemplo. Exemplo inclusive da minha teoria de que os bons políticos adoecem.

Clodovil dizia que “viver é um ato político”. Por saber viver se enveredou no mundo político. Foi um virtuoso porta-voz do povo brasileiro. Falava a verdade e questionava os absurdos que todos nós engolimos diariamente. "Brasília nunca mais será a mesma". Estas foram suas palavras ao ser eleito deputado federal com 493.951 votos, o terceiro mais votado do estado de São Paulo.

Durante seu curto mandato, o estilista, comunicador e deputado, incitou diversas vezes a moral na Câmara Federal. Uma delas foi quando reclamou da falta de atenção de seus colegas de plenário no momento de um de seus pronunciamentos: "Eu não sei o que é decoro com um barulho desses enquanto a gente fala. Parece um mercado e isso aqui é a Casa do povo”. Elementar, minha gente, pois se lá eles não se escutam, quiçá escutarão a nossa voz. Pois é, perdemos o Clodovil Hernandes.

Dentre as 55 preposições da autoria do parlamentar, destaco aqui uma que convoca plebiscito sobre a redução do número de Deputados Federais, de 513 para 250. Idéia simples e genial que abalaria muitos apartamentos funcionais da capital federal. E agora José? Quem poderá nos defender?

Enfim, parece que os bons sempre morrem cedo demais. Renato Russo cantava que “os bons morrem jovens”. Mas Clodovil soube viver e aproveitou honestamente a oportunidade de representar o povo brasileiro. O que vale é ser digno dos desígnios de Deus e ser exemplo de que não estamos aqui a passeio.

16 de março de 2009

Flechas


O destino lança algumas flechas que caem junto a nossos pés. Nós e que as pegamos e enfiamos no coração”.
Ângela Campelo

13 de março de 2009

Sexta-feira 13

Coitada da Sexta-feira 13! Coitada é uma palavra que eu abomino, mas para a Sexta-feira 13, coitada, cabe. Se estiver tudo dando certo ela pode até ser sinônimo de sorte. Mas se alguma coisa der errado, a culpa é da bendita! Quanta crendice depositamos nesse dia. Quanta superstição para tudo. E para que tanto? Muitas vezes recorremos ao ocultismo para dar sentido a coisas que não sabemos explicar. Mas geralmente, com enorme freqüência, a crendice serve bem ao que eu chamo de “terceirização de problema”.

Tudo que acontece na vida da gente e que não estamos de acordo é atribuído a um responsável externo. Como forma de nos eximir da culpa, terceirizamos o problema. Dizem muito por aí coisas do tipo: “fulano me deixou arrasado” ou “sicrano roubou meu emprego”. O fulano não tem poder de arrasar ninguém. É o arrasado que se arrasa. Sicrano? Quem permite o roubo do emprego é o próprio empregado. Ninguém mais. Consciente ou inconscientemente, somos nós quem permitimos, concedemos ou atraímos esses os acontecimentos (lembram da lei da atração, do livro O segrego?). Mas a queixa maior vem agora: “estou doente porque beltrano me pôs olho gordo”. Esse é o típico exemplo de como usamos a superstição para sanar nossa culpa. Tem também a Lei de Murphy, já ouviram falar? E o que me dizem da lenda do Boto?

Gente, tudo que acontece comigo é culpa minha. Responsabilidade minha. O que acontece com você é seu e de mais ninguém. Outro dia li no MSN de uma amiga: “Ai de mim se não fosse eu mesma”. Genial. É por ai que se anda. Não somos vítimas, somos autores da nossa vida. O acaso? É onde Deus opera. Problemas? Os meus eu chamo de lições!

12 de março de 2009

Homenagem ao Senador Pedro Simon



"Se todos fossem
Iguais a você
Que maravilha viver
(...)
Existiria a verdade
Verdade que ninguém vê
Se todos fossem no mundo iguais a você”.
Tom Jobim / Vinicius de Moraes



11 de março de 2009

Pedaços de mim

Hoje quero agradecer publicamente aos meus GRANDES amigos. Podem até parecerem suspeitos os diversos comentários que eles postaram desde o início do blog. Mas apesar da suspeição, a existência deles em minha vida confirma minhas crenças, minhas afirmações e minha maneira de agir. Não é verdade, Fábio Calab?

O propósito maior deste blog é a difusão desses meus valores. Sou apaixonada pela vida, pelas pessoas e pelos relacionamentos que estabelecemos. Oscar Wilde afirma: “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe”. E acredito que as relações que estabelecemos é que dão sentido à nossa existência. E nada mais apropriado a esta minha nova empreitada virtual do que a presença marcante e constante dos meus amigos.

Obrigada a vocês, amigos, por toda inspiração, pelos ensinamentos e pelos exemplos. Mesmo aqueles que já não seguem mais ao meu lado, saibam todos, que fazem parte dessa pessoa que vos escreve. Plagiando Davi, encerro: obrigada por existirem!

10 de março de 2009

Rhodes


Com esses olhos aprendi que devemos pedir carinho quando precisamos. Aprendi que devemos expressar o prazer que esse carinho nos proporciona. Aprendi que brincar é sempre o melhor remédio a qualquer hora e com qualquer brinquedo. Aprendi que visita é sinônimo de festa. Aprendi que roncar não desabona tanto assim. Aprendi que nem tudo precisa ser dito. Aprendi que o perdão é fortuito. Aprendi que com pequenos gestos podemos mudar o dia de alguém. Aprendi o que é lealdade. Aprendi que você não tem que estar colado em alguém para que esse alguém goste de você. Aprendi que quem verdadeiramente gosta de você, gosta de você exatamente como você é. Aprendi que amar é bem fácil e que o beijo nada mais é que uma lambida bem dada!

9 de março de 2009

6 de março de 2009

Tons de cinza

Ontem ouvi de um grande amigo meu reflexões interessantes. Ele dizia que se alguém tem dúvida se te ama, então não te ama. Se você quer ficar com alguém e essa pessoa não sabe se quer ficar com você, é melhor esquecê-la. Se te convidam para ir a algum lugar e você não sabe se quer ir, é porque você não quer mesmo. Tudo preto no branco.

De pronto concordei. Mas depois fiquei pensando no assunto e discordo um pouco. Uma coisa é certa: se você quer muito uma coisa, não há dúvidas. Você simplesmente quer e ponto. Quem quer faz. Quem quer vai. Quem quer ama. Mas acontece, sim, da gente querer e acabar não fazendo, não indo e não amando. Não é apenas preto no branco.

Na época em que eu fazia terapia, conheci uma verdade que me libertou dos severos julgamentos que até então eu fazia de tudo é de todos ao meu redor. Minha terapeuta, minha fada madrinha, me disse um dia: “a gente nunca tem apenas um motivo para fazer ou deixar de fazer algo. São no mínimo três e, geralmente, cinco”. Se essa não é a mais pura verdade, ela pelo menos nos ajuda a relativizar muitas de nossas neuras. Mais, ela nos aponta a importância de compreender o outro. Tudo acaba sendo circunstancial.

Imagine uma amiga que está hospitalizada. Circunstancialmente, na mesma semana, um colega seu de trabalho entra de férias e você tem que cobrir as funções dele. Seu tempo fica mais curto. Aí naquele dia que você ia cumprir a visita seu carro estraga. Você passa o resto da semana sem carro, com muito menos tempo para tudo e acaba não indo ao hospital e apenas telefona. Isso quer dizer que não gosta de sua amiga? Significa que não quis visitá-la? Não! São circunstancias. Agora, se sempre que sua amiga precisar você nunca aparecer, aí já é outra questão.

Existe outra palavra tão importante quanto circunstância: conseqüência. O Dalai Lama diz: “não existe castigo, apenas conseqüência”. Se algum dia você precisar dessa sua amiga e ela não estiver lá, também entenda. Compreenda. Você tem suas circunstâncias e ela tem as dela. Aceite. Prazeroso não é, mas somos autores e vítimas de nossas próprias regras.

Temos que estar atentos a essas possibilidades e não ficar fazendo cobranças desmedidas. Quem cobra é cobrado. Quem julga é julgado. Temos que deixar as pessoas livres para sermos livres também. Menos preto no branco. Mais tons de cinza.

5 de março de 2009

A arte de conviver

Há uma frase, que a internet diz ser do Mário Quintana, onde ele expõe: “a arte de viver é simplesmente a arte de conviver. Simplesmente, disse eu? Mas como é difícil”! E é difícil mesmo. Para mantermos bons relacionamentos temos que ralar. A convivência exige esforço, paciência, compreensão, tempo, dinheiro, cessão e altruísmo. Resumindo: exige vontade.

Todos nós podemos ter grandes e bons amigos. Basta querer. Quando pensamos que não, aparece mais um, mais uns. Como é bom colecioná-los. Cada um a sua maneira, com suas qualidades, peculiaridades. Cada um com propósitos diferentes, com durações diferentes, intensidades diferentes, para assuntos diferentes. E todos valem à pena.

Claro que com o tempo vêem os defeitos, mas aí já é tarde. Inútil. Uma das minhas teses é que “amar é gostar do fedorzinho do outro”. Quando você vê os defeitos de uma pessoa e eles passam a ser menos importantes do que a vontade de estar junto dela é sinal que você a ama. Outra coisa a se pensar: como é muito fácil apontar o defeito do outro. Vemos os defeitos dos outro e não vemos os nossos. O pior é que muitas vezes vemos no outro nossas próprias imperfeições. Um bom amigo é um excelente espelho. Quanto mais o conhecemos, mais nos conhecemos. Basta coragem.

Um ditado africano afirma que "quando não existem inimigos interiores, os inimigos exteriores não conseguem ferir você”. Então não há o que temer. Se relacione, faça amigos, sorria ou chore, mas não deixe de viver cada pessoa que surgir no seu caminho, porque essa é a melhor escola da vida.

“Que seja infinito enquanto dure” disse Vinícius de Morais, pois “o destino decide quem vamos encontrar na vida, as atitudes decidem quem fica”*.

*Autor desconhecido

É o andar!


Não é a estrada que se anda que faz o caminho. É o andar".
*Frase dita por Shankar, personagem de Lima Duarte na novela Caminho das Indias.

2 de março de 2009

Meu amigo Freud

Quando me impus à tarefa de trazer à luz o que os seres humanos guardam dentro de si, não pelo poder compulsivo da hipnose, mas observando o que eles dizem e mostram, pensei que a tarefa era mais difícil do que realmente é. Aquele que tem olhos para ver e ouvidos para ouvir pode convencer-se de que nenhum mortal pode guardar um segredo. Se seus lábios estão silenciosos, ele fala com as pontas dos dedos; ele se trai por todos os poros. Assim, a tarefa de tornar conscientes os mais escondidos recessos da mente é perfeitamente realizável”.
Freud
Pena que nem tudo que vemos é tudo aquilo que queremos enxergar. Pois não, né?!