Habitantes!

25 de novembro de 2009

Ser feliz ou ter razão?

Oito da noite, numa avenida movimentada. O casal já está atrasado para jantar na casa de uns amigos. O endereço é novo, bem como o caminho que ela consultou no mapa antes de sair.

Ele conduz o carro. Ela orienta e pede para que vire, na próxima rua, à esquerda. Ele tem certeza de que é à direita. Discutem. Percebendo que além de atrasados, poderão ficar mal-humorados, ela deixa que ele decida. Ele vira à direita e percebe, então, que estava errado. Embora com dificuldade, admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno.

Ela sorri e diz que não há nenhum problema se chegarem alguns minutos atrasados. Mas ele ainda quer saber:

- Se tinhas tanta certeza de que eu estava indo pelo caminho errado, devias ter insistido um
pouco mais...

E ela diz:

- Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma discussão, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite!

Esta pequena história foi contada por uma empresária, durante uma palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho. Ela usou a cena para ilustrar quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão, independentemente, de tê-la ou não. (Autor desconhecido)



E aí? Quer ser feliz ou ter razão? Recebi essa mensagem por e-mail e, até o final desta edição, não descobri o nome da tal empresária!

Dentro desse contexto quase automático de muitas vezes optarmos pela razão, proponho outra reflexão a respeito. Essa mania que temos vem de um bichinho que se instala em nós: o orgulho. Eu acredito que o orgulho não serve pra nada, aliás, serve apenas para uma única coisa: SEPARAR PESSOAS. Já repararam o quanto esse tal orgulho azeda nossas vidas? Desde de um simples “eu não te ligo porque você não me liga” até aos grandes rompimentos, esse pilantrinha do orgulho se faz presente. Mas temos uma saída: ignorar o que ele diz!

24 de novembro de 2009

É triste, mas é verdade!

O que passa na cabeça quando são chamados pra beber:




Achei genial essa propaganda. Longe de ser preconceituosa, creio que conseguiram captar muito bem as diferenças sutis entre o universo masculino e o feminino. As diferenças são sutis, sim, mas os estragos que elas provocam são enormes.
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Aqui também cabe uma referência ao que chamamos de público-alvo. Também chamado de target, ele é o destinatário da propaganda. Já reparou que acontece de você ver uma propaganda e não entender o que ela quer dizer? Isso ocorre simplesmente porque aquele comercial não é direcionado a você, você não é o público-alvo nesse momento. Nesse caso aqui, claro, o público-alvo são os homens, mas isso não impede as boas gargalhadas femininas!

23 de novembro de 2009

Os Fábios da minha vida


Tem alguns “Fábios” preocupados com minha ausência e com meu silêncio. Um tá do lado de cá e outro do lado de lá do Atlântico. Desde que li os comentários carinhosos que eles escreveram fiquei me perguntando o porquê disso e tentando entender esse meu afastamento.

Aí me veio à cabeça uma das lições que aprendi com a minha terapeuta: não há motivos únicos para se fazer ou se deixar de fazer alguma coisa. Ela dizia: “Thaís, são no mínimo três e geralmente uns cinco”. Não pensem que serei capaz de enumerar todos aqui, agora. Isso exige muito desprendimento e não sei dizer se todos os motivos são conscientes (coisas que só Freud explica)!

Farei com vocês uma conjectura a respeito de alguns prováveis e conscientes motivos. O primeiro deles é que ando numa tremenda falta de inspiração. Quando inaugurei esse Mundo, minha mente fervia. Tinha um milhão de idéias para escrever, para partilhar e confesso que tenho sentido falta delas. Parece um misto de desilusão e prostração. Está estranho e não sei explicar exatamente o que é. Metamorfose? Férias?

Estou também numa fase de introspecção e reavaliação de muitos aspectos da minha vida. Nada grave, mas são coisas que angustiam e que talvez deixem o meu discurso com um tom meio down. Como odeio lamentações, creio que de certa forma é melhor poupar vocês disso.

Cheguei a culpar também o chamado inferno astral (período de um mês que antecede os aniversários), mas já completei mais um aninho e o bode persevera. Por isso vou parar de culpar também a TPM! Um dos Fábios cogitou a falta de tempo, mas não aceito isso como desculpa, já que tempo a gente arranja para o que a gente QUER.

Enfim, está tudo aqui dentro e pretendo digerir bem rápido. Enquanto isso (sem ser na sala de justiça), peço que os Fábios tenham um pouco de paciência. Peço também que sugiram temas, já que ando sem as tais idéias. Mas o melhor de tudo isso é ver que esse Mundo aqui segue querido, vivo e pulsante. Fiquem tranqüilos que essa é só uma fase. O blog não está acabando e o silêncio em breve será findo!

13 de novembro de 2009

Mais homenagem


Comemoro hoje com vocês, nesta sexta-feira 13, neste dia quente e ensolarado, uma comenda que recebi de amigos queridos aqui desse mundo virtual: O Indignado e Laguardia.

O Indignado é pai do Tribuna Brasil, que “é o pódio para o grito de dignidade dos brasileiros contra tudo que houver de errado no país”, conforme define esse autor indignadíssimo, do bem, companheiro de Brava Gente Brasileira e excelente aluno de twitter!

Laguardia é pai do Brasil – Liberdade e Democracia, “um blog livre, democrático, que prima pela ética no governo e nos negócios e crê que o Bem sempre vencerá o Mal”. Laguardia é um grande sonhador que acaba iluminando o coração da gente. Foi dele a idéia de comemorarmos o 7 de setembro, conceito que culminou na campanha Brava Gente Brasileira e posteriormente na rede social de mesmo nome. Por essas e outras, acredito que posso chamá-lo de sócio, né Laguardia?

Agradeço a vocês todo carinho, companheirismo e ideário que moldam nossa união. Que sigamos sempre juntos em nossas lutas contra os moinhos de vento, Quixotes modernos que somos, segundo outro querido amigo, o Lord.

Obrigada por existirem!

12 de novembro de 2009

Plataforma também afunda

Há alguns dias, assistindo ao Datena [adoro!], vi a notícia de uma inundação em São Paulo, na região de Barueri e Carapicuíba. Uma represa ou barragem da Sabesp - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo -, rompeu provocando a enchente. Em nota à imprensa, a referida estatal culpou o grande volume de chuvas pelo ocorrido. Datena não perdeu tempo: - Só faltava essa, São Paulo agora bota a culpa em São Pedro! Vendo a reportagem me lembrei de uma questão que muitos esqueceram.

No primeiro semestre desse ano a Sabesp lançou uma campanha publicitária em todo o país, mesmo que sua atuação seja restrita a São Paulo, brincadeira que custou ao Estado cerca de R$ 178 milhões. Foi uma boa chance de Serra mostrar ao país suas intenções presidenciais, não se importando com a legislação eleitoral e desprezando o Estado que o elegeu, que acaba pagando essa alta conta. Parece que corre no STF um processo nesse sentido, mas até agora não há nada conclusivo. A mensagem do comercial é até bacana, mas se a intenção de Serra era esclarecer o povo brasileiro sobre questões ambientais bastava que enviasse o roteiro ao Minc, concordam?



Ontem, o presidente da Sabesp tentava explicar o motivo de os paulistas ficarem sem água, após o apagão de terça-feira. Desculpa ele teve, aliás nunca falta a ninguém, mas é triste ver a presepada que esse povo arruma para mascarar tamanha incompetência. Querem a tese dele? As bombas de água precisam de energia para funcionar. É uma pena que uma estatal do principal Estado do país dependa exclusivamente de uma única fonte de energia para seu funcionamento. Será que já ouviram falar em geradores? Não quero entrar no mérito técnico da coisa, só falo de acordo com meu bom senso.

Para colher informações para esse texto, encontrei um vídeo do Datena batendo boca com o já mencionado presidente da Sabesp. Tinha que ter um Datena aqui em Minas Gerais [ah...e como tinha]. Vejam:



Será que, depois de todo esse circo armado, vai rolar mais propaganda da Sabesp/Serra pelo Brasil afora? Há de se procurar outra plataforma porque essa foi por água abaixo.

Precisamos parar de tachar partidos políticos, oposição e governo, direita e esquerda. Temos que tachar as pessoas, achacar individualmente aqueles políticos que atuam de forma ilícita e amoral [imoral é pouco]. Esses maus políticos é que promovem o descrédito de uma classe inteira. Nos fazem desacreditar até na esperança. Essas laranjas podres é que contaminam o cesto. Vamos jogando as laranjas podres fora, uma a uma. Só nos é preciso aprender a reconhecê-las.

6 de novembro de 2009

Eu, prisioneira das Farc



Em seu livro “Eu, prisioneira das Farc”, Clara Rojas conta o que viveu nos seis anos em que ficou cativa. Ela foi seqüestrada pelas Farc junto com sua amiga Ingrid Betancourt, que era então candidata à presidência da Colômbia e Clara era diretora de sua campanha.

Motivada principalmente pelo relato de uma experiência de sobrevivência frente ao seqüestro e à selva, me embrenhei nessa leitura. O anúncio da gravidez de Clara Roja e do nascimento de seu filho nessa situação extremamente adversa, também aguçou minha curiosidade.

O martírio da autora é inquestionável, pois além de privada de sua liberdade, enfrentou também os desafios impostos pela selva. Passar por uma situação dessas é difícil até de se imaginar – ou impossível. Insetos, barro, caminhadas constantes, pouca comida, angustia, tempestades, fugas frustradas, a iminência da morte; esses foram alguns dos ingredientes dessa jornada de Clara Rojas e de tantos outros cativos das Farc.

Lendo o relato detalhado da autora, desde o início do livro, senti falta de grandes personagens em sua história. Principalmente com sua então amiga Ingrid Betancour, faltavam diálogos, confidências e companheirismo. Clara pouco falava da relação das duas e, inicialmente, pensei que estava preservando a amiga, já que o livro é uma exposição particular do acontecido. Me enganei. Com o passar dos dias a autora foi se afastando de Ingrid, o que podia ser uma questão particular às duas. Mas não, com o correr da narrativa Clara não se aproximou de mais pessoas e se mostrou, na minha opinião, uma pessoa individualista, mimada e que se vitimizava o tempo todo, mesmo dedicando um capítulo ao tema amizade. Eis alguns trechos para ilustrar essa minha impressão:

“Sempre me chamou a atenção o fato de as panelas em que lavavam os alimentos estarem limpas. Para mim, isso era vital”.

“Quando a arepa, a sopa ou até o chocolate estavam gordurosos – o que ocorria na maioria das vezes -, eu nem sequer os provava”.

“... nenhum (dos outros prisioneiros) teve a idéia de pedir que me libertassem para que eu pudesse das a luz em condições mais aceitáveis...nenhum deles também tentou me ajudar ou me apoiar...”

“Essa atitude sua (de Ingrid), tão fria, sem dúvida criou um tipo de comportamento nas outras pessoas do grupo, que adotaram, e inclusive mantêm hoje em dia, certa agressividade comigo, pensando que assim ganham o favor ou a simpatia de Ingrid”.

“Deixem-me em paz, eu respondo por meu bebê”.

“Algumas mulheres se comportaram como se a situação não tivesse nada a ver com elas, apesar de também serem mães e poderem entender o que eu estava passando. Não me deram uma oportunidade de confiar nelas, algo que eu teria agradecido”.

“No cativeiro eu me sentia muito sozinha”.

“Eu tinha a impressão de que muitos dos meus companheiros preferiam que não me libertassem, e às vezes cheguei a sentir que queriam me comer viva”.

“ Só um de meus companheiros se ofereceu para carregar minhas coisas até a porta... Alguns entraram no banheiro para não ter de se despedir, outros não foram capazes nem de se levantar e largar o cigarro para se despedir decentemente”.

A impressão que eu tinha era: tudo e todos contra Clara Rojas. Nessas circunstâncias, o grande amparo que qualquer um precisava e que podia tonar esse inferno menos penoso, estava bem ali, ao alcance de todos: os cativos tinham uns aos outros. Eram dezenas de pessoas que não viraram personagens da história da autora. Não percebi a dedicação de Clara em se aproximar e estabelecer relações afetivas com as outras pessoas. Parece-me inclusive que ela destinava mais atenção aos guerrilheiros que aos seus companheiros de clausura. A síndrome de Estocolmo talvez explique essa atitude, apesar de Clara tê-la negado no final do livro.

Penso que de repente posso ter esperado de uma sobrevivente, a perfeição, coisa que todos nós estamos longe de atingir. Mas com atitudes egoístas, Clara piorou aquilo que de terrível estava acontecendo em sua vida. Quando chegou o momento dela falar de sua gravidez, episodio que aconteceu durante o cativeiro, Clara decidiu não tornar público o que aconteceu e ainda se queixou das especulações que obviamente surgiram a respeito. Ora, se tudo aconteceu durante os seis anos que foi mantida presa pelas Farc, é uma lástima esses fatos não estarem presentes em sua autobiografia. Isso, para nós leitores, seria muito mais interessante de ler do que as milhares de caminhadas e queixas da autora.

Já a determinação de Clara em se manter viva, sim, é uma grande lição a ser tirada. Também ressalto aqui sua disciplina, coragem, garra e perseverança. Esse é um livro que revela a fragilidade humana, mostra pessoas em um teste de capacidade de adaptação ao intolerável e nos faz pensar no quanto somos capazes de promover tanto o bem quanto o mal.

Nada é por acaso nessa vida; tanto eu quanto à autora concordamos nesse ponto. Só que devemos aprender as lições que advém desses desafios, além de apenas sobreviver a eles. Em uma de suas canções, Maria Betânia canta: "A arte de sorrir, cada vez que o mundo diz não".
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PS: Quem não clicou na figura acima, não deixe de acessar o site que da detalhes do livro. O endereço é http://www.euprisioneiradasfarc.com.br/default.asp .
Lá você pode ler mais trechos, baixar capítulo, ver vídeo, etc.

4 de novembro de 2009

Raulzito não morreu!




Gospel
Composição: Raul Seixas

Por que que o sol nasceu de novo e não amanheceu?
Por que que tanta honestidade no espaço se perdeu?
Por que que o Cristo não desceu lá do céu e o veneno só tem gosto de mel?
Por que que a água não matou a sede de quem bebeu?
Por que que eu passo a vida inteira com medo de morrer?
Por que que os sonhos foram feitos pra gente não viver?
Por que que a sala fica sempre arrumada se ela passa o dia inteiro fechada?
Por que que eu tenho a caneta e não consigo escrever? (Escrever)
Por que que existem as canções que ninguém quer cantar?
Por que que sempre a solidão vem junto com o luar?
Por que que aquele que você quer também já tem sempre ao teu lado outro alguém?
Por que que eu gasto tempo sempre sempre a perguntar? (A perguntar)
Por que que eu passo a vida inteira com medo de morrer?
Por que que os sonhos foram feitos pra gente não viver?
Por que que a sala fica sempre arrumada se ela passa o dia inteiro fechada?
Por que que eu tenho a caneta e não consigo escrever? (Escrever)
Por que que existem as canções que ninguém quer cantar?
Por que que sempre a solidão vem junto com o luar?
Por que que aquele que você quer também já tem sempre ao teu lado outro alguém?
Por que que eu gasto tempo sempre sempre a perguntar? (A perguntar)

Essa música faz parte da trilha sonora da novela Viver a Vida. Achei que ela era bem o estilo do Raul Seixas, mas o fato dele não estar mais aqui entre nós fez minha mente procurar por mais alternativas. Não encontrei. A música é dele mesmo e me encantei principalmente pela letra (divertidíssima)!

3 de novembro de 2009

Invasão de Domicílio


Gente do céu, quem não assistiu esse filme, corra até a locadora mais próxima! Deliciosamente envolvente, o filme mostra o lado falho e metafórico das pessoas. É um filme repleto de simbologias e conexões incríveis entre os personagens, o que deixa evidente minha teoria de que realmente somos engrenagens.

É instigante ver como se pode apenas reagir aos acontecimentos da vida, mas o quanto pode ser mágica uma atitude diante daquilo que nos é [aparentemente] imposto. Essa obra deixa a lição de que, melhores que expectadores, podemos e temos que ser autores da própria história. Eis um prato cheio para os amantes e para os amantes das relações inter e intrapessoais, como eu! Segue a melhor sinopse que encontrei:

Invasão de Domicílio (Breaking and Entering) conta a história de uma série de roubos criminais e emocionais, ambientado no cenário de mudanças culturais e geográficas da cidade de Londres. Will (Jude Law) e seu amigo Sandy (Martin Freeman) tem uma próspera firma de arquitetura paisagista e recentemente mudaram-se para a região de King's Cross, o centro da mais ambiciosa regeneração urbana da Europa. Seu escritório, de tecnologia avançada, atrai constantemente a atenção de ladrões locais e Will, farto depois de mais uma invasão, persegue um dos jovens membros da quadrilha, Miro (Rafi Gavron), até o apartamento em que mora com sua mãe Amira (Juliette Binoche), uma refugiada bósnia.

Em casa, Will vive com sua bela namorada Liv (Robin Wright Penn) que passa a maior parte do tempo preocupada com Bea (Poppy Roger), a filha problemática de 13 anos.

Will se torna amigo de Amira para investigar melhor o roubo, mas o relacionamento toma um rumo inesperado. Amira logo descobre que Miro roubou o escritório de Will e passa a suspeitar de suas verdadeiras intenções. Desesperada, ela começa a chantagear Will para proteger seu filho. Com a vida já em crise, Will embarca em uma jornada de paixão no lado mais obscuro de si mesmo e da cidade em que mora (Fonte:
http://filmes.net/invasao/).