Habitantes!

17 de julho de 2009

A morte

O texto a seguir foi escrito por Pedro Bial em razão da morte do comediante Bussunda, em 2006. Lembro de tê-lo escutado na televisão narrando sua crônica, mas me interessei mais pela leitura. Recebi de um amigo por e-mail e compartilho agora com vocês. Mais um convite à reflexão e mais uma tentativa de dar sentido à vida! Ou à morte!

Morrer é ridículo.

Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da tarde morre.

Como assim?

E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente? Não sei de onde tiraram esta idéia: morrer.

A troco do que?

Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente...

De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway, numa artéria entupida, num disparo feito por um delinqüente que gostou do seu tênis.

Qual é?

Morrer é um chiste.

Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu. Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer. Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas , mulheres e morre num sábado de manhã. Se faz check-up regulares e não tem vícios, morre do mesmo jeito.

Isso é para ser levado a sério?

Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem vindo. Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas.

Ok! Hora de descansar em paz.

Mas antes de viver tudo, antes de viver até a rapa? Não se faz. Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas.

Morrer é um exagero.

E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas.

Só que esta não tem graça.

Por isso viva tudo que há para viver. Não se apegue às coisas pequenas e inúteis da vida...

Perdoe sempre!

2 comentários:

Eduardo disse...

Oi Thaís tem um selo para vc no blog (http://programero.blogspot.com/2009/07/mais-um-selo-vale-pena-ficar-de-olho.html), bjos...

Fábio Calab disse...

Oi querida.... Nossa senhora das causas impossíveis... que texto é esse... Lindo demais... Esse texto serve para ser lido numa tarde de terça ou quarta feira aonde o stress do trabalho começa a atingir mais ferozmente... lendo esse texto pensamos em desistir dessa vida de trabalho arduo sendo que podemos morrer a qualquer instante...Curtir o que tem que ser curtido na vida... familia...amigos...cuidar mais de nós mesmos... e o principal que tenho que aprender pois nao sou muito bom... perdoar... palavra ainda dificil de ser ingerida por mim... bjocas amada amiga... OBS: Quero pelo menos 1 post nesse final de semana... fiquei sabendo do presente que voce se deu... voce merece e tudo de otimo vai acontecer na sua vida...por isso quero post...bjos... Frase para o seu dia: "Passe o Fim de Semana ao redor de quem te ama" hhehehe