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9 de junho de 2010

Terno Teatro apresenta "Chico Rei"


À pedido da minha querida amiga Ione, divulgo aqui essa peça, até porque todas as indicações que recebo dessa moça valem ouro para mim. Esse release escrito por ela já está delicioso de ser lido e da a dimensão exata do quanto vale o espetáculo!
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Grupo Terno coloca em cena o mito de Chico Rei
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De rei a escravo e de escravo a rei. A história do rei africano que foi escravizado no Brasil e aqui, na escravocrata Vila Rica, em Minas Gerais, consegue vencer as amarras da escravidão é contada com magia pelo grupo Terno Teatro. Formado por três ex-integrantes do Giramundo Teatro de Bonecos, Terno surgiu em 2005 a partir de uma grande motivação dos artistas por desenvolver trabalhos autorais. Da ideia inicial, foram surgindo oficinas de construção de bonecos e, este ano, a tão esperada montagem de um espetáculo pôde finalmente sair do papel, com o patrocínio do produtor Luís Fernando Vitral.
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“Nós criamos o grupo Terno com o propósito de pesquisar as várias vertentes do teatro e do cinema de animação. Com uma passagem longa e ativa dentro do Giramundo, sentimos que estávamos preparados para realizar montagens teatrais e outros projetos com total autonomia, como oficinas de construção de bonecos e atividades artísticas educacionais,” conta um dos fundadores, Paulo Emílio Luz, responsável pela concepção artística do espetáculo. Ele explica que o projeto do espetáculo foi aprovado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, conhecida como Lei Rouanet e pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Mas a falta de apoio para os pequenos e novos grupos de teatro impediu que o sonho fosse concretizado mais cedo.
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O artista Gilberto Alves, responsável pela cenografia da peça, diz que a expectativa para a estreia é grande. “Esperamos proporcionar ao público um espetáculo de qualidade, tanto com relação à plasticidade, quanto à dramaturgia, trilha sonora e manipulação dos bonecos. Investimos neste projeto porque temos certeza da riqueza cultural proporcionada por esse tema e pela linguagem do teatro de bonecos”, diz convicto.
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E foi nos fundos de uma casinha arborizada, no tradicional bairro de Santa Tereza, da capital mineira, que esse grupo se debruçou sobre o isopor e a madeira para dar forma aos contornos dos bonecos do espetáculo Chico Rei. “A escolha do texto foi uma aposta em contar a história de um vencido, diferenciando-se da grande parte da produção teatral, principalmente para bonecos, na qual os heróis vivem felizes para sempre”, conta Márcio Miranda, responsável pela dramaturgia e trilha sonora. Ele afirma que, dentre as inúmeras histórias, lendas e mitos gerados pela conflituosa relação entre os escravos e os colonos brasileiros, este é um dos mais fascinantes.
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O mito de Chico Rei – o Rei do Congo evoca a resistência do negro à escravidão. A história conta a trajetória de um rei que é trazido da África para ser escravo no Brasil do século XVIII. No percurso do navio negreiro, o personagem perde esposa e filha. De sobrevivente, restou-lhe apenas um filho. Em Vila Rica, Chico Rei consegue, com as economias dos trabalhos realizados aos domingos e dias santos, a própria libertação. Posteriormente, a alforria de seu filho, uma mina de ouro e a liberdade de outros 400 escravos, reconstruindo simbolicamente seu reino.
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Uma prévia do espetáculo pode ser vista neste sábado, às 20 horas, no teatro Izabela Hendrix, que fica na rua da Bahia, 2020, Lourdes, onde acontecerá um ensaio aberto. Entrada franca e ingressos limitados.
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Já a estreia de Chico Rei acontece durante as atividades do Festival Internacional de Teatro de Bonecos, nos dias 14 e 15 de junho, às 19 horas no Teatro Dom Silvério que fica na Avenida Senhora do Carmo, número 230, Savassi, Belo Horizonte. O festival, que está em sua 11ª edição, acontece entre os dias 10 e 20 de junho e promete trazer o encanto do mundo para dentro de Belo Horizonte. Com companhias do Brasil, Chile, Alemanha, França, Espanha, Holanda, Estados Unidos e Peru, o evento será marcado por espetáculos de palco e de rua, passeatas de bonecões, oficinas e exposições. Ingressos na bilheteria por R$ 20 a inteira e R$ 10 a meia.

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